Por: Douglas Madjila
Antes de esse indicador (PIB) ser tão patrioticamente lamentável, o é por ostentar tanta especialidade na sua compreensão, esse dado é tão giro de se abordar pela certeza que se tem de que não é do domínio da maioria, poucos cidadãos sabem ou entendem efectivamente dos contornos do significado prático do termo PIB, a maior parte de nós sabe é decifrar a sigla e não o que tudo isso significa ou até que ponto diz respeito a cada um de nós, é um assunto para economistas e escusamo-nos a compreende-lo contudo, somos nós.
O PIB representa sumariamente os ganhos adquiridos pela nação ao longo de um certo período, um ano para o caso em concreto. Este é tido como o indicador principal de crescimento ou não, de todas as nações, o PIB é obtido pelos ganhos advindos de todos os bens e serviços finais de cada país, havendo infelizmente o que podemos chamar de estratégias ou talvez de artimanhas, para se incluir também os que nem se quer produzem, é daí que começa a revelar-se o lado bruto deste produto interno bruto. Acontece que esse indicador inclui o que não só o que se produz dentro de um determinado país mas também o que vem de fora desde que pertença a tal país mas, ronda neste exercício um paradoxo, os lucros e ou ganhos obtidos por uma organização alheia que esteja a operar num certo país, contam para o PIB deste país de operação porém, a então questão paradoxal, os lucros de tal operacionalização voltam ao país dono da organização/empresa produtora. Isto significa literalmente que uma certa nação cresce ano após ano e até comemora por isso, quando tristemente tal crescimento não existe pois, cresce pelo tal PIB e isso não se reflecte no estômago do cidadão. É aquilo que dizia o saudoso artista de hip-hop, Azagaia, “dizem que o país desenvolve mas no teu prato não vês comida”.
É de facto o caso de Moçambique, o crescimento do PIB tem normalmente constituído meta governamental ano após ano e, tal crescimento é algumas vezes alcançado mas, porque nunca se trata do crescimento do salário do simples cidadão ou mesmo do cidadão pacato, o que importa pouco na verdade, pois a fome faz-se sentir no quotidiano de todos eles, mas sim do lucro das instituições que sequer nos pertencem.
O que robustece esse PIB brutal é a brutalidade económica com que se decidiu lidar com esse fenómeno, pois vejamos, contabilizar o lucro que certamente irá se refletir para exterior? Faz favor, que teoria estapafúrdia, é de facto o abismo de imbecilidade, sabe-se lá de quem, mas é extremamente vergonhoso para todos os envolvidos nessa matemática absurda. Existe nesta fórmula de crescimento, cérebros expectantes para ridicularizar tanto quanto outros bem atolados de estultice e sem um mínimo de nacionalismo para serem ridicularizados. De todas as formas, faz muito pouco sentido. Ocidente, parem de brincar com os povos e Moçambique, colocai os pés no chão por favor.